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As Palavras Mais Giras Do Português

ALFARRABISTA

nome de 2 géneros

pessoa que negoceia em livros antigos ou usados
nome masculino

local onde se vendem livros antigos ou usados
(De alfarrábio+-ista)

ALFARRÁBIO

nome masculino
1. livro antigo; edição antiga
2. calhamaço

(Do árabe Al-Farābi, antropónimo, filósofo turquestano do século X +-io)
(Infopédia dixit)

Há muito muito tempo, numa aula duma escola de línguas qualquer, falámos de escolher as palavras que mais gostávamos do português mas o tempo passou, chegou a primavera, e depois as provas e o verão e acabou o ano, e os estudos, esquecemos as palavras giras dessa língua bué da fixe!.

Enfim, aqui tem uma dessas palavras adoráveis que contém a língua de Pessoa sim… E também de Camões e de Torga e de Amado e de Eça e de…, a razão da minha escolha podem lê-lo neste artigo da Infopédia  e conhecer este filósofo e cientista extraordinário que…” inaugurou a grande linha de filósofos muçulmanos da Idade Média, se interessou tanto por química, ciências naturais, física quanto por ética, ciência política e filosofia da religião. Foi também um bom músico e seu Grande livro da música colocou-o entre os principais teóricos do assunto”.(wiki). T Chamado de “o segundo mestre”, isto é, depois de Aristóteles.

Pensem, amigos, colegas, parceiros, visitadores e visitantes, pensem em palavras, contem e partilhem aqui aquilo que pensaram e dêem a sua palavra!

Al-Farabi

Abu-Nasr Mohammed ben-Mohammed ben-Tarkhân, conhecido pelo nome da sua cidade natal, Farâb, no Turquestão. Desconhece-se a data exata do seu nascimento, embora seja avançado o ano de 870. Sabe-se, contudo, que morreu em Damasco no ano de 950. Foi médico, matemático e filósofo estudioso e comentador das obras de Aristóteles, sobretudo do Organon.
Tentou a reconciliação entre o pensamento de Platão e Aristóteles, argumentando que as diferenças entre eles foram apenas as perspetivas em que cada um se colocou e o vocabulário que daí resultou. Esta reconciliação do aristotelismo com o platonismo tinha por base uma obra que circulou sob o nome de Aristóteles – Teologia de Aristóteles -, mas que era, na realidade, de Plotino (neoplatónico).A cosmologia proposta por Alfarabi baseava-se precisamente na cosmologia plotiniana. O ser supremo, Deus, é o Primeiro, é Um, absolutamente simples, não há nada que se lhe oponha e é impossível de definir. Todavia, ao contrário de Plotino e por fidelidade ao Corão, Alfarabi encontra para Deus atributos positivos: o Vivo, puro intelecto, o pensamento do pensamento. O Um contemplando-se origina o Dois e este, pelo mesmo processo, origina o Terceiro e assim sucessivamente.

Face de Al-Farabi na nota cazaque de 200 tenge 
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Por outras palavras, em termos de cosmologia, da esfera das estrelas fixas resulta o céu de Saturno, deste o de Júpiter, depois o de Marte, do Sol, Vénus, Mercúrio e Lua; daqui derivam os quatro elementos (fogo, ar, água e terra), depois os reinos mineral, vegetal e animal, para terminar no próprio homem.O pensamento ético e político de Alfarabi está subordinado a esta conceção cosmológica. Tanto a ética como a política visavam o aperfeiçoamento do homem e da sociedade, no sentido da criação da cidade ideal, divina. 

   

Alfarabi. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2011. [Consult. 2011-11-16].
Disponível na www: <URL: http://www.infopedia.pt/alfarabi&gt;.

A Operação Mia-Lusa

Estimados lusodoídos:

O motivo da presente é oferecer-lhes o áudio da primeira hora da apresentação dos últimos livros publicados pelos grandes-extraordinários-sublimes-além-de-maravilhosos, os deuses vivos da literatura em língua portuguesa:  Mia Couto com “As Confissões da Leoa” e  J.E. Agualusa com  “Teoria Geral do Esquecimento”.

Dita apresentação decorreu o dia 10-5-2012 em Faro no Pátio de Letras, (se não conhecem esta livraria, com bar e esplanada!, não duvidem em visitá-la).

Se não a têm toda, que foi de mais de hora e média, isto foi culpa do letargo dessa noite cálida que fez que os integrantes da Operação Mia-lusa tenham demorado mais da conta no jantar num alpendre qualquer, portanto quando voltámos já o Pátio estava “recheado” de amantes amadores de ambos dois escritores, portanto a câmara de vídeo ficou posta de qualquer maneira longe da operária que é quem subscreve, sinto muito não poder dar-lhes a prendinha de toda a conversa, as imagens, que adoecem da mesma falha, ficam para outro dia.

Até já

1º De Maio 2012. Disto e Daquilo

Minha Vida como um Cogumelo III parte

DE AS CRÓNICAS-ANA-CRÓNICAS

(Enquanto lêem esta crónica podem ouvir a música  “Santa Chuva” de
Maria Rita que acompanha a presentação)

Como faltavam as fotografias do cão descarnado e ralhado e a da garrafa de Sagres na areia pensei que seria uma boa ideia chatear-lhes um bocadinho mais com o me relato nu da nada da vida dum cogumelo humano sem esse senso tão (pouco) comum, o do ridículo. Pois sim, perdi a vergonha vergonhosa numa manhã ensolarada qualquer, e é por isso que lhes importuno.

Hoje temos céu sombrio, chuvascos imoderados, nebulosidade e precipitações seguidos de céu limpo com algumas nuvens e aguaceiros.

Nas dunas também chegou Maio florido, e depois do barulho da Feira de Abril ,o murmúrio do mar, o estalo das conchas e a nada de coisa nenhuma é um consolo que agradeço como uma salvação repentina.

Os trabalhadores algarvios empregados, sem emprego e os que estão ao ponto de perdê-lo devem estar deambulando nas serras entre fogareiros com a carne torradinha e algo húmida da chuva.

Chove em primavera no dia do trabalhador vencido, enganado, submisso, rabejado, mas ainda com carne do Pingo Doce a metade de preço para passar um dia com a família, ainda, ainda, até quando, vigaristas?. Estamos entretidos com o fogareiro, o Sporting e o Benfica, sim, até quando aldrabões?. Será para sempre… como sempre foi?.

Acrescento umas imagens do meu dia do trabalhador desolado, nesta velha paisagem erma da que estou apaixonada sem esperança.

Ia chatear-lhes com flores e cheiros mas não pude evitar chatear-lhes deste outro jeito. Ia maçar-lhes com a história duma borboleta com um asa rota, com o meu pardalinho rosa que habita um mundo rosa, com as garrafas que dormiam hoje a bebedeira na costa, com a cor das tormentas, com a aldeia fantasma, com as margaridas brancas, com isto e com aquilo.

Estimado leitor (se houver, acho que pelo menos… um ou nenhum) desculpe a culpa, o próximo arrebate pode ser pior ainda!

CRÓNICAS-ANA-CRÓNICAS

Minha Vida como um Cogumelo II parte

Hoje vi as flores violáceas da lavanda; as mais claras e resolutas do cebolinho; as da sálvia que há tão pouco plantei. Rebentando no alegrete: açucenas brancas

Hoje ontem e anteontem vi: tagarelar uns passarinhos bêbados; hibiscos amarelos; o tomilho que ´tava teso; coentro fresco, volúveis vermelhas em sangue acesas

Hoje vi o cão descarnado que se ralha; a garrafa de Sagres adormecida na areia; um gafanhoto monótono que espreita; formigas e formigas a toda a pressa

Hoje novamente como sempre por este escaninho omitido o tempo não passou, ou se passou…que pouco importou!

P.S

A cegonha passeia pela areia a comer o pão que todas as manhãs joga fora a velha. Cheira a peixe, a fogareiro, a maré, ao gasóleo do tractor, a sapal, a lama, a letargo. O helicóptero invasor espreita fita vigia ronda de manhã à noite ainda não sei o quê. Quando o vento é de terra às vezes cheira a merda

Deste modo chegou a primavera para uma tola solene que estava à espera.


Clube de Leitura “Livros Mexidos”- 4º Encontro de 2012

Por cortesia de nosso lusomaníaco “o Ramão” oferecemos-lhes esta interessante informação do clube de Leitura “Livros mexidos”. Acrescentamos também as webs dos organizadores que realizam uma louvável lavor no Algarve em favor da cultura,  a natureza e o património.
“Porque através da partilha das impressões que nos ficam da leitura dos livros em que mexemos se podem sempre esboçar outros mundos e inventar novas sensações, a Biblioteca Municipal Vicente Campinas (VRSA), o Centro de Investigação e Informação do Património de Cacela / CMVRSA e a ADRIP – Associação de Defesa, Reabilitação, Investigação e Promoção do Património Natural e Cultural de Cacela, organizam dia 26 de Abril, pelas 18h00, na Biblioteca Municipal Vicente Campinas (VRSA) um novo encontro do Clube de Leitura “Livros mexidos”.

Começámos por partilhar os mundos que visitámos nos livros, seguimos depois na descoberta da literatura a oriente e de autores contemporâneos. Após uma breve incursão nos contos de Natal, iniciamos este novo ano percorrendo autores de expressão portuguesa.


Para Abril escolhemos José Eduardo Agualusa.
Leia um dos seus livros, junte-se a este grupo informal de pessoas que se unem no gosto pela literatura e venha partilhar connosco as suas leituras.
Apareça!”

REDACÇÃO DA SEMANA: “O MEU DIA A DIA…COMO UM COGUMELO” ”

CRÓNICAS-ANA-CRÓNICAS

…Uma mais do que Duvidosa Versão do Filme “Feitiço do Tempo” (O Dia da Marmota)
Não Perca as Surprendentes Revelações duma Cavala!

Ontem, a lua cheia encheu o quintal duma luz recoberta de efeito Purkinje num céu despejado com estrelas que lutavam sem sucesso por ter o seu lugar num firmamento limpo, claro, quase diurno, no silêncio assustador de todas as noites.

Hoje, a velhota do cabelo de prata fina, que gorjeia-chilreia de aqui ali com essa voz de queixa doce, esvoaça baixo e sai da loja de quatro coisinhas, alguns fios e uns poucos baldes, o nome da mercearia é parisino e os preços também.

A vizinha das árvores ameaçadoras aproveita para palrar, no seu passeio das manhãs entre as folhas moribundas do seu eirado, e fala disto e daquilo sem alçar a voz, num tono solene quase oficial, as novidades do dia comunicadas com frialdade burocrática.

Saudações, a inquietação do vento, uma carrinha que passa.

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Gaivotas gigantes esganiçam-se no longínquo, a seguir, apertam-se e esganiçam-se no próximo. Alguma deixa uma podre lembrança branca e verde no cimento irregular deste omnipresente-assíduo-persistente quintal, e afastam-se em agudas conversas porque elas não calam até a noite, são parte da cessação. Como são os risos de pássaro da Ángela, -bom dia, minha senhora, -boa tarde, moça.

A sogra do Anzol é um anjo velhoto em andarilho desde onde varre a rua, estende a roupa ou, de repente, enleva-se com a brisa do Poente frio das tardes soturnas de inverno, e voa e ri como um pardal e os seus cabelos são dum branco transparente e os risos da sua boca desdentada iluminam o acaso onde treme um sol que entre tanto mar parece anão, e desaparecem no horizonte ambos dois.

Amanhã, o retrato exacto de ontem, de hoje e de anteontem passará pela janela da cozinha enquanto limpo a mesma louça de todos os dias idênticos, numa ordem quase pavorosa.

321 Palavras

Da Selecta Colecção de “As Mais Atrozes Crónicas do S.XXII”

Edições Esquecíveis. Ínsula Baratária  S.A, 2.012

 


 
 

Susana Félix e Jorge Drexler na Idade do Céu

A Idade do Céu

(letra e música: Jorge Drexler)
(adaptação: Susana Félix)
não somos mais
que uma gota de luz
uma estrela que cai
uma fagulha tão só na idade do céu

no somos lo que quisiéramos ser
solo un breve latir
en un silencio antiguo
con la edade del cielo

calma, tudo está em calma
deixa que o beijo dure
deixa que o tempo cure
deixa que alma
tenha a mesma idade que a idade do céu

não somo mais
que um punhado de mar
um gracejo de Deus
um capricho do sol do jardim do céu

no damos pie
entre tanto tic tac
entre tanto big-bang
solo un grano de sal
en el mar del cielo

calma, tudo está em calma
deixa que o beijo dure
deixa que o tempo cure
deixa que alma
tenha a mesma idade que a idade do céu

“Procura-se” é o nome do disco editado em Maio que Susana Félix considerou ser o seu trabalho “mais pop”.
Dueto com Jorge Drexler, incluído na novela ‘Rosa Fogo’, da SIC